Aconteceu neste domingo, 24, no Cemitério Memorial do Carmo, no Rio de Janeiro, o velório de Maria Lídia Martuscelli, a Lidoka do grupo As Frenéticas, que morreu em decorrência de um câncer de pele, na sexta-feira, 22. A cerimônia de despedida da cantora antecede sua cremação, agendada para acontecer às 15h, no mesmo local. Além do filho da artista, Igor Machado, que noticiou a morte da mãe na web, estiveram presentes as ex-Frenéticas Leiloca, Dhu Moraes e Sandra Pêra.
"Perdi minha segunda irmã. Ficamos muito próximas nesses últimos meses. Como ela estava sem a família por perto, cada uma de nós assumiu uma responsabilidade da vida dela quando a coisa começou a ficar seria. Estes últimos meses foram muito intensos. Foi um acompanhamento dramático", disse Sandra, que chegou acompanhada do viúvo da irmã, Marilia Pêra, Bruno Farias.
Leiloca fez questão de mandar um recado para a ex-companheira de grupo: "Lidoka, querida, apesar de estarmos juntando os caquinhos aqui na Terra, estamos gratas a Deus que lhe permitiu voar e se libertar das limitações do corpo físico. Já, já, todos nós nos reencontraremos nesse ir e vir da Terra para o Astral. Como você me disse, há pouco tempo, 'tenho certeza que existe amor entre nós'. Muito obrigada, Lidoca! Te amamos. Muitos beijos nos nossos amigos queridos que você vai encontrar". "Perdemos a Isadora Duncan das Frenéticas. Ela era nossa bailarina. Nossa borboleta", lamentou Dhu Moraes, que está no ar na novela "Eta, Mundo Bom".
filho (Foto: Rafael Godinho / EGO)
Igor estava acompanhado do filho, o pequeno Tom, de 11 meses, e da mulher, Mirian, e falou sobre a mãe: "Não tenho o que lamentar. Só o que agradecer por ela ter se livrado do corpo doente. A quantidade de pessoas e mensagens recebidas é uma prova de que é possível ter mais amigos do que dá para contar em uma mão."
Primeira a chegar na capela de número 5, onde Lidoka foi velada, a produtora Magaly Botafogo falou com muita saudade da amiga com quem realizou vários trabalhos nos anos 90. "Ela era uma pessoa muito doce e ao mesmo tempo forte. Uma das mulheres mais guerreiras que conheci. Apesar de estar muito triste, sei que ela descansou. Uma pessoa com a alegria dela não merecia sofrer tanto", declarou Magaly.
Bastante abaladas com a notícia do óbito de Lindoka, a mãe e a irmã da cantora não puderam comparecer a cerimônia por estarem morando em Londres, na Inglaterra.
"Sem desmerecer as demais integrantes, a Lindoka era a mais entusiasmada das Frenéticas. Para mim, o grupo tem um significado mais do que especial, porque foi minha primeira produção e foi disco de ouro. Inclusive, o primeiro disco de ouro da Wagner music no Brasil também. As Frenéticas foram um marco na história da dance music no país", enalteceu Liminha Lima Filho, produtor musical que lançou as Frenéticas.
As Frenéticas (Foto: Reprodução/ Instagram)
Morte em casa
Lidoka lutava contra diferentes tipos de câncer há pelo menos 10 anos. Em 2015, a estrela dos anos 1970 ficou sabendo que a doença havia voltado com metástase no cérebro. Desde então, a cantora se submeteu a uma série de tratamentos em busca da cura.
Nos últimos meses, já muito debilitada, ela optou por receber cuidados médicos em seu apartamento, no bairro de Ipanema, Zona Sul carioca. Mesmo assim, não deixou de trabalhar e passou a se dedicar à sua marca de bandejas almofadadas, Bandoca. O negócio era administrado em parceria com Igor, seu filho único, pai de seus netos, Mel e Tom.
Igor é fruto do relacionamento de Lidoka com o famoso surfista, já falecido, José Artur Machado, o Petit. O esportista deu origem à música "Menino do Rio", escrita por Caetano Veloso e imortalizada na voz de Baby do Brasil.
O grupo vocal feminino - idealizado pelo jornalista Nelson Motta - fez muito sucesso das décadas de 70 e 80, com hits como “Dancin' days”, “Feijão maravilha” e “Perigosa” ("Eu sei que eu sou bonita e gostosa..."). Além de Lidoka, integravam o grupo Sandra Pêra (irmã de Marília Pêra), Regina Chaves, Leiloca Neves, Dhu Moraes e Edyr de Castro.